domingo, dezembro 10, 2006

Uma janela



Foto: Adriana Oliveira

Uma janela vale uma vida,
Uma vida abre uma porta,
Uma porta serve a rua,
Uma rua cruza a outra,

Uma outra leva quem amo,
Amo tantos buscando alguém,
Quem saiba falar bobagem,
Coragem, que poucos têm.

Amém diz quem tem medo,
Ledo engano que convém,
Mas quem enfrenta o medo,
Cedo sofre o que o outro tem.

Trem bom é compreender a sorte,
De ter norte e amar alguém,
A quem não espere a morte,
E suporte, ser feliz com o que tem.

Nem que seja a esperança,
Na diferença do que se funde,
Confunde, quem não vê graça,
Na raça, de quem fecunde.

Se curve, a quem mereça,
E esqueça, quem for confuso,
Se o fuso faz diferença,
A crença tem pouco uso.

No mundo sempre desando,
Ando buscando refúgio,
Não fujo, mas persigo um diabo,
Que dê cabo e não fuja do assunto,

E junto à paixão que diverte,
Converte o amor que procuro,
Mas no escuro, quem é que enxerga?
A brecha, que ameaça o muro.

E rumo conforme o discurso,
Mas em curso, todos pagam o preço,
Do apreço, que vai lá no fundo,
No fundo, tudo é só recomeço.

Começo sempre pelo amor,
A dor que não quer ser contida,
Habita além da janela,
Uma janela vale uma vida.

1 Comments:

At 8:56 AM, Anonymous Anônimo said...

Mari, lindo como os poucos que tive a honra de ler.
É bom ver alguém como você abrir seu coração desta forma. Admirável coragem.ElianaMinillo

 

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