quarta-feira, janeiro 24, 2007

Santa Paula


Foto: Arthur Zip

Sem carteira e sem gravata.
Depois do tumulto nas calçadas,
quando o vento varre o lixo,
o que restou da multidão.

E a exausta madrugada,
de maldita for beata,
for como a noite passada,
de prazer e inspiração.

Talvez te encontre desarmada,
longe do crime,
quase calada.
Refeita da culpa,
que não é tua,
pois te sugam sem perdão.

E se faz jus a fama de intratável,
de cruel e incansável,
quem enfrenta tua selva,
há de conhecer teu coração.

Cresci no teu concreto,
de olho na tua riqueza,
te vi perder a beleza,
para alimentar tantos irmãos.

Tua verdade não tem mistério,
aqui não se ama de graça,
e se todos pagam o preço
é porque sobrevivência é teu brasão.

1 Comments:

At 6:18 PM, Blogger Psicologia & Família said...

Esta é uma de minhas preferidas.
Beijo,
De.

 

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