segunda-feira, outubro 06, 2008

Vale, mas pesa pouco


foto: José Paulo Andrade

(Ao dia do escritor)

Qual a importância de conjugar algumas rimas?
Que reconhecimento um verso pode alcançar?

Ainda se o punho for de um erudito,
de um magnata,
de um grande artista,
alguém em particular.

Com razão ou por curiosidade,
por prestígio ou para aplacar vaidade,
talvez valha respeito
ou mesmo algo de menor valor.

Mas poemas de autor sem bagagem,
sem sobrenome,
talvez com duvidosa coragem
de expor em público seu coração?

Qualquer um escreve versinhos.
Quem não foi poeta um dia?
Basta ter o tempo mal pago,
papel e caneta e rimar flor e dor.

Poema não enfeita sala,
não têm tamanho para tela de cinema,
não sobe no palco
e só ganha capa dura de livro
se forem muitos,
na solidão, perde o valor.

Mas o poeta vive é da rima
e não de aplausos.
Afinal, verso é artigo embriagado e boêmio,
que na essência,
só sofre de amor.

E na tarefa de defender um troquinho
cativando a leitura dos nobres,
não há como escapar dos espinhos,
no longo e solitário caminho,
atrás da mão de um escritor.

2 Comments:

At 8:35 AM, Blogger Carla said...

Parabéns!Sem palavras!Talento,sensibilidade,pessoa de valor!
Abraços,
Carla
bizunzunga.blogspot.com

 
At 7:11 AM, Blogger Unknown said...

visitando seu blog fiquei encantada
com suas textos. Parabéns são lindos e refletem todo a emoção de que viver vale a pena!

Feliz Natal

Cleide

 

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