segunda-feira, janeiro 19, 2009

Vadiar


foto: Joaquim Martins

Adoraria vadiar para o resto da vida,
escrever poemas
e passar tardes comendo pêssego – branco e duro.

E se fosse de calcinha,
ao lado de um alegre homem de cueca,
passaria os dias rindo,
até perder a respiração,
e só me permitiria chorar
se fosse de pura emoção.

E, sempre que chovesse,
me sentaria na varanda
para ouvir a chuva me aconselhar.

Sem pressa, réplica ou apartes,
de posse da sabedoria
que o momento é de me calar.

De deixar o pensamento vagar
sem buscar resposta,
dar paz a mente,
ainda que a ventania bata à porta.

Tão responsável quanto um bicho,
guiado pelo instinto
e alheio a qualquer moral.

1 Comments:

At 10:15 AM, Blogger Guiberto said...

Muito bonito poema Mari. Sensível, sutil, animal e pensador sem compromisso de ser.
Ousado e ainda mais belo por isso.
Espero não causado má impressão ao querer saber notícias de sua irmã.
Para me conhecer um pouco, saber de mim. Por favor, acesse: http://guibertogenestra.blogspot.com/

Abraço forte!
Razão e Paz sempre.
Guiberto Genestra

 

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