segunda-feira, fevereiro 26, 2018

fim (minúsculo)


foto: Cláudia Azedo

Chega da companhia da solidão,
de fantasmas pela casa,
de casuais encontros no corredor.

Chega de guardar na conveniente rotina
motivos torpes para ficar
e ver passar tantos dias
sem ter nenhum para guardar.

Chega.

Chega de viver do passado
de diminuir o presente
de não reconhecer que só a morte não sai do lugar.

Chega.

Chega de tantas desculpas
de meias verdades,
de "vem me calar".