Tempo tolo
Foto: Gonçalo Lobo Pinheiro
Tempo,
não seja tolo.
Me perdoe,
pois não zombo de ti.
Só não entendo essa mágoa à toa,
para mim, covarde
é quem só pensa em partir.
E se me esconde as intenções,
e eu sem tempo as esqueci.
Porque me faz correr atrás de ti agora,
e me reserva como paga,
ameaça ao tempo que está por vir?
Logo eu,
que nunca perdi tempo,
só te julguei sem fim,
quer o posto que daria a um velho amigo,
que não tem mais tanto tempo para mim?
Será que esquece,
o quanto já foste bondoso,
um amante generoso,
quando eu nem pensava em ti?
Ora tempo,
não seja tolo,
sempre te amei
e jamais ousaria por a culpa em ti.
Mas sei quando não me perdoa,
o que pensa e nunca me diz,
que te entregaste esse tempo todo
e eu só fiz de ti o que bem quis.
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