sábado, dezembro 02, 2006

Tempo tolo


Foto: Gonçalo Lobo Pinheiro

Tempo,
não seja tolo.
Me perdoe,
pois não zombo de ti.

Só não entendo essa mágoa à toa,
para mim, covarde
é quem só pensa em partir.

E se me esconde as intenções,
e eu sem tempo as esqueci.
Porque me faz correr atrás de ti agora,
e me reserva como paga,
ameaça ao tempo que está por vir?

Logo eu,
que nunca perdi tempo,
só te julguei sem fim,
quer o posto que daria a um velho amigo,
que não tem mais tanto tempo para mim?

Será que esquece,
o quanto já foste bondoso,
um amante generoso,
quando eu nem pensava em ti?

Ora tempo,
não seja tolo,
sempre te amei
e jamais ousaria por a culpa em ti.

Mas sei quando não me perdoa,
o que pensa e nunca me diz,
que te entregaste esse tempo todo
e eu só fiz de ti o que bem quis.