São Paulo, eu e Santa Paula
Depois do tumulto nas calçadas,
quando o vento varre o lixo,
o que restou da multidão.
E a exausta madrugada
de maldita for beata,
não lembrar da noite passada,
de prazer e inspiração.
Minha Paula, santa Paula,
amanheça desarmada,
longe do crime,
mesmo que calada,
esqueça a culpa,
que não é tua,
pois te sugam sem perdão.
E se faz jus a fama de intratável,
de cruel e incansável,
quem enfrentar tua selva
conhece teu coração.
Como eu,
que cresci no teu concreto
de olho na tua riqueza,
mas só te vi perder a beleza
para alimentar meus irmãos.
Minha Paula, santa Paula
tua verdade nunca foi mistério,
a ti ninguém ama de graça,
e se todos pagam o preço
é porque sobrevivência é a teu brasão.
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