Leve e sem razão
Vou desistindo dos sonhos,
debochando da esperança,
esquivando-me das aventuras.
Vou reconhecendo o que resta,
as mentiras e promessas,
os erros e as amarguras.
Vou driblando a bola furada,
as armadilhas inusitadas,
os descompassos do coração.
Vou trocando mágoas por balas,
trapaças por “não sei disso”,
somando grosserias e
subtraindo indignação.
Vou aprendendo que amor
pede conveniência,
do contrário a preferência
quem leva é a solidão.
Por isso, vou do jeito que dá,
evito as dores que posso,
convivo com o que me cabe,
vou aqui e a acolá.
Cada vez mais leve,
sozinha,
distraída
e sem razão.
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