quinta-feira, novembro 05, 2009

Eu e Matilde

Admirava Matilde,
sedutora e atrevida,
mulherzinha boa de briga
rápida na devolução.

Direta com as palavras,
arrogante como a verdade.
Ora um poço de doçura,
ora ácida como o limão.

A seu lado a vida era colorida,
qualquer coisa merecia uma festa
e toda noite uma nova posição.

Matilde era tudo de bom:
um balde de água fria,
no mais quente verão.

Mas um dia Matilde morreu.
levou suas histórias,
seus conflitos,
suas tantas lágrimas, beijos e sorrisos.

Partiu sem se despedir, como nunca imaginei.
Não se declarou, como esperei.
Não prometeu amor eterno
como tantas vezes fez.

Não quebrou um copo ou
esqueceu uma chave.
Não deixou um bilhete
ou instruções.
Confundiu-se com o vento
e nunca mais pisou meu chão.

2 Comments:

At 5:10 AM, Anonymous Anônimo said...

Amei seu blog. Sou professora de português e amo poesias. Espero ler outras.

Um abraço

 
At 1:33 PM, Anonymous Anônimo said...

Pena não dar para responder direto para você. Obrigada, é sempre uma feliz surpresa saber que alguém gosta dos meus poemas. Especialmente, quem nem me conhece. Bem-vinda, bj

 

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