sábado, maio 26, 2007

Valem, mas pesam pouco


Foto: Miguel Lopoes

Qual a importância de conjugar algumas rimas?
Que reconhecimento um verso pode alcançar?

Ainda se o punho for de um erudito,
de um magnata,
de um grande artista,
alguém em particular.

Com razão ou por curiosidade,
por prestígio ou para aplacar vaidade,
talvez valha respeito
ou mesmo algo de menor valor.

Mas poemas de autor sem bagagem,
sem sobrenome,
talvez com duvidosa coragem,
de expor em público seu coração.

Qualquer um escreve versinhos.
Quem não foi poeta um dia?
Basta ter o tempo mal pago,
papel e caneta e rimar flor e dor.

Poema não enfeita sala,
não têm tamanho para tela de cinema,
não sobe no palco
e só ganha capa dura de livro,
se forem muitos,
na solidão, perde o valor.

Mas o poeta insiste na rima
e vive sem aplausos.
Afinal, verso é artigo embriagado e boêmio,
que na essência,
só sofre de amor.

E na tarefa de defender um troquinho
cativando a leitura dos nobres,
não há como escapar dos espinhos,
no longo e solitário caminho,
atrás da mão de um escritor.



3 Comments:

At 6:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Oie! Essa poesia vc já leu pra mim e pra Jana, é muito linda! Parabéns!

 
At 9:03 PM, Blogger Psicologia & Família said...

"...Você que reclama,
faz versos,
José, e agora?"

Minha tão querida Mari Marinaro,

"se foi, não se sabe prá onde,
e deixou meu olhar cada dia mais longe".

Pingo meus versos, aqui e ali,
de jeito incerto.
Certo é o desejo dos olhares que enleiam.
Pingo minhas lágrimas,
doces e amargas,
Marcas da emoção que punge no verde da mata virgem.
Pingo de estrelas o céu da boca,
bordando sonhos lindos,
infindos,
que borbotam em vãos e linhos.

Beijos saudosos,

De.

 
At 2:35 PM, Anonymous Anônimo said...

...mesmo a arte de quem enfeita a parede da sala não deixa de ser mal dita e mal falada, coisa de vagabundo, que no fundo trabalha mais que o engravatado
Eliana

 

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