domingo, agosto 19, 2007

Uma janela


foto: Jorge Jacinto


Uma janela vale uma vida.
Uma vida abre uma porta.
Uma porta serve a rua.
Uma rua cruza a outra.

Uma outra leva quem amo.
Amo tantos buscando alguém.
Quem saiba falar bobagem,
coragem, que poucos têm.

Amém diz quem tem medo,
ledo engano que convém,
mas quem enfrenta o medo,
cedo sofre o que o outro tem.

Trem bom é compreender a sorte,
de ter norte e amar alguém,
quem não espere a morte,
e suporte, ser feliz com o que tem.

Nem que seja a esperança,
na diferença do que se funde,
confunde, quem não vê graça,
na raça, de quem fecunde.

Se curve, a quem mereça,
e esqueça, quem for confuso,
se o fuso faz diferença,
a crença tem pouco uso.

No mundo sempre desando,
ando buscando refúgio,
não fujo, mas persigo um diabo,
que dê cabo e não fuja do assunto.


E junto à paixão que diverte,
converte o amor que procuro,
mas no escuro, quem é que enxerga?
A brecha que ameaça o muro.

E rumo conforme o discurso,
mas em curso, todos pagam o preço,
do apreço, que vai lá no fundo,
no fundo, tudo é só recomeço.

Começo sempre pelo amor,
a dor que não quer ser contida,
habita além da janela,
uma janela vale uma vida.

2 Comments:

At 7:46 AM, Anonymous Anônimo said...

Que sua janela esteja semprea aberta, para que todos possoam ouvir a risada gostosa e corajosa, que teu riso imprime.

Beijo, Lu

 
At 8:03 AM, Anonymous Anônimo said...

Sempre bacana ler você! Está entre os meus favoritos!!

Gde beijo,

Denise

 

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