rima-mari-rima
Novas postagens pelo menos aos domingos. Será uma honra a reprodução de qualquer um dos poemas na web, mas peço o favor de manter a autoria (Mari Marinaro), a integra (título e versos) e, se possível, o endereço do blog. Obrigada, Mari Marinaro TODOS OS POEMAS POSTADOS TÊM O DIREITO AUTORAL REGISTRADO NA BIBLIOTENA NACIONAL
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
domingo, fevereiro 22, 2009
Não aguento mais

foto: Inácio Freitas
Eu, que sempre falo demais,
hoje me calo.
Suspiro para engolir à seco,
não parar a vida,
não sofrer demais.
É um silêncio profundo,
barulhento e ininterrupto
todo dia a me acordar.
E eu me movo cada vez menos.
Reclamo cada vez mais baixo.
Escuto o que ninguém deveria falar.
E me calo.
Para quê discordar?
O outro só escuta
o que o seu coração pode aguentar.
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
De gosto

Sou escrava da alegria
pois, quando ando longe dela,
tropeço pelo caminho,
perde o sentido qualquer direção.
Sou escrava do exagero,
da vaidade de viver só de paixões.
Sou escrava ainda que mande,
mesmo que cobre,
sou aquela que entrega o coração.
Sou uma escrava dos meus desejos,
mas me aprisiono por opção.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Mérito

Sobrevivo ao sonho roubado,
a falta de recursos,
a ausência de sentido.
Sobrevivo à vida ingrata,
a morte anunciada,
até a traição de um amigo.
Sobrevivo com ou sem sorte,
por prazer ou simples vício.
Sobrevivo ao que me é imposto,
inclusive a dor de um filho.
Sobrevivo a tanto engano,
uma vida ao lado do inimigo.
Sobrevivo a amargura,
que rodeia o meu martírio.
Sobrevivo não por mérito
ou por gostar de castigo,
mas por culpa da esperança,
que sussurra ao meu ouvido.
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Estou bem?
Não posso me confundir com quem fui,
mas saber de onde vim.
Não posso me confundir com quem sou,
ou o que sobrou de mim.
Não posso me confundir com quem serei,
temo me ver assim.
Mas se me confundir não é grave.
O que aparento é o que conta no fim.
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
O santo e a perereca

foto: Luis Louro
Santa, nem a perereca,
que adorava o santo
com todos os seus pecados.
Na luz, muito decente,
na sombra, mais um safado.
Mas a atrevida da perereca
não pôde com o tal beato,
que tinha sempre um ponto de vista,
para combinar com seu recado.
e nem a fé poupou a perereca
de enfrentar os fatos:
se nunca sonhou com santo
por quê idolatrar um retrato?